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Quando a primavera apresentou Eduarda a
Guilherme, o jovem pintor descobriu que nunca mais lhe faltaria inspiração. E o
namoro, que não tardou, teria durado a eternidade, não fosse aquele terrível instante
em que o artista sucumbiu ao mal que o torturava calado, e contra o qual ele tanto
lutara, fazendo do pincel, espada. O episódio mudou os rumos da história e
abalou a relação entre Eduarda e sua família. Acontece que quando os homens
erram no juízo, o tempo, curativo dos curativos, dá a eles um jeito de remendar.
Nossa heroína, anos depois, terá a chance.
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Para entender o machismo é preciso voltar aos
primórdios da humanidade e ir ter com Adão, Eva e uma colmeia em polvorosa –
porque não só de cobras era feita a fauna do Paraíso. Certa manhã, cansados de
se submeterem aos desmandos da abelha rainha e seu exército de operárias, os
zangões do Éden decidiram tocar o rebu, dando início à primeira revolução
sexual de que não se tem registro. À
hora errada e no lugar errado, sobrou para o primogênito, coitado, a ferroada
original.